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segunda-feira, 10 de julho de 2017

Levantamento do Instituto Reuters aponta que cerca de 91% dos brasileiros entram nas redes sociais para ler notícias


O Facebook tornou-se intrínseco à vida das pessoas que procuram se informar. Para se ter uma ideia do que está acontecendo no momento, basta acessar páginas de notícias na rede social ou adicionar pessoas que compartilham ou postam sobre acontecimentos. A rede social já é a principal fonte de notícias dos brasileiros. É o que afirma a pesquisa “Digital News Report 2016”, publicada em junho do ano passado. Realizado pelo Instituto Reuters para o Estudo do Jornalismo da Universidade de Oxford, o estudo realizou 53,3 mil entrevistas com usuários residentes em centros urbanos de 26 países.

No documento, é ressaltado que os dados são do Brasil urbano, em vez de uma amostra nacionalmente representativa, e que isto tenderá a representar os usuários mais ricos e mais conectados. Apesar da ressalva, há de se atentar que a população urbana é maioria no país, com 160 milhões de habitantes, contra 60 milhões que vivem na zona rural, segundo o censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Gabriel García Má​rquez alertou para o fato do jornalismo não evoluir na velocidade de seus instrumentos, em um discurso de inauguração da 52ª Assembleia da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), em Los Angeles, Estados Unidos. Segundo ele, os jornalistas se extraviaram no labirinto de uma tecnologia disparada sem controle em direção ao futuro. As transformações propiciadas pela internet e pelo jornalismo digital ameaçam o modelo de negócio baseado pela venda de espaço publicitário pelos veículos impressos. Com a internet, os jornais estão numa constante busca de captação de receitas, já que os anúncios online não suprem os valores praticados no impresso. No entanto, outra questão também preocupa a tradicional mídia impressa e outros meios de comunicação, como a televisão e o rádio: o uso das redes sociais como fonte de informação.

O levantamento do Instituto Reuters aponta que cerca de 91% dos brasileiros entrevistados entram nas mídias sociais para consumir conteúdo jornalístico. É o segundo maior número, atrás apenas da Grécia, com 96%. O Facebook é a rede social mais citada pelos brasileiros, com 72%. Outro dado relevante é que 70% dos brasileiros participantes usam as redes sociais para se informar toda semana, sendo a média global de 50%. Já a TV aparece como a principal fonte de notícias para 79% dos entrevistados.

Em um texto publicado no site Draft, o jornalista Leandro Beguoci faz uma série de considerações sobre as redes sociais e a reinvenção do jornalismo. Dentre elas está a mudança na distribuição e consumo das notícias. O jornalista afirma que, com a passagem do tempo, a oferta de mídia aumentou e se fragmentou. Ou seja, há mais veículos de mídia e mais plataformas para consumir essa mídia, porém, a informação não vem mais em um pacote fechado.

"Quando você comprava um jornal ou uma revista, a mesma empresa controlava a produção da notícia, a impressão e a distribuição. No caso de rádio e TV, elas controlavam a produção e a distribuição do conteúdo – você só precisava escolher o aparelho. Era um mundo de atenção concentrada, que produziu grandes empresas. Elas tinham oligopólios de atenção. Hoje, as pessoas continuam procurando informação, mas muitas reportagens simplesmente chegam até elas por canais que não produzem conteúdo – mas que têm a atenção dos seus usuários. O Google, o Facebook, o Twitter, o YouTube não produzem conteúdo – são plataformas que servem para encontrar e distribuir conteúdo, e representam novos oligopólios de atenção", analisa Beguoci.

Lizandra Machado

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